
Câncer de Mama
O que é câncer de mama?
O câncer de mama é um tipo de câncer que começa no tecido mamário, geralmente aparecendo como um nódulo ou caroço na mama. Existem três tipos principais de tumores de mama:
- Benigno (não canceroso): A maioria dos tumores que se desenvolvem na mama são benignos.
- In situ: Estes tumores são malignos, mas estão confinados ao ducto ou lóbulo mamário, sendo quase sempre tratáveis e curáveis.
- Invasivo: Este é o tipo mais grave de câncer de mama, pois o tumor pode espalhar-se para outras partes do corpo.
O câncer de mama é o segundo mais comum entre as mulheres (após o câncer de pele). A taxa de mortalidade diminuiu nos últimos anos, principalmente devido ao diagnóstico precoce, quando o tratamento é mais eficaz. Mamografias regulares podem ajudar a identificar o câncer de mama precocemente.
Sintomas
Os sintomas do câncer de mama podem incluir:
- Nódulo ou caroço na mama;
- Alteração no tamanho ou formato da mama;
- Enrugamento ou ondulação na pele da mama;
- Mamilo retraído;
- Pele escamosa, vermelha ou inchada na mama, mamilo ou aréola;
- Secreção do mamilo.
Importante: muitos tumores de mama não apresentam sintomas evidentes, daí a importância de exames periódicos.
O que causa o câncer de mama?
As causas exatas do câncer de mama ainda são desconhecidas, mas existem fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolvimento da doença. Cerca de 10% dos casos são hereditários, sendo causados por mutações genéticas herdadas, como as dos genes BRCA1 e BRCA2, que normalmente ajudam a prevenir o câncer, mas, quando mutados, aumentam o risco de câncer de mama e de ovário.
O câncer de mama em dois ou mais parentes de primeiro grau pode indicar a presença de mutações de BRCA1 ou BRCA2 na família. Parentes de primeiro grau incluem pais, irmãos e filhos.
Todos os familiares de pessoas com câncer de mama têm esses genes mutados?
Não, a maioria das pessoas com familiares diagnosticados com câncer de mama não possui uma mutação dos genes BRCA1 ou BRCA2. O risco de desenvolver câncer de mama é maior em quem tem parentes de primeiro grau com a doença, mas isso não significa necessariamente a presença do tipo hereditário de câncer.
Converse com o seu médico sobre o histórico familiar. Ele avaliará a relação com os familiares que tiveram câncer de mama e a idade em que foram diagnosticados.
Devo fazer um teste para descobrir se sou portador do gene do câncer de mama?
O médico pode orientar se um teste genético é indicado para você, discutindo os prós e contras. O aconselhamento genético também pode ajudar a decidir. Saber se você tem um gene mutado permite monitorar mais atentamente o risco de câncer de mama com o seu médico. Algumas pessoas preferem não saber, considerando o impacto emocional de um possível resultado positivo.
Como o câncer de mama é diagnosticado?
Se notar um caroço ou alteração na mama, consulte o médico, que realizará um exame físico e investigará o histórico familiar de câncer de mama. Se algo anormal for identificado, o médico poderá solicitar exames como:
- Mamografia;
- Ultrassom de mamas;
- Ressonância magnética;
- Exames de sangue;
- Biópsia do nódulo (com diferentes técnicas, como excisional, incisional, agulha grossa e agulha fina).
Se forem encontradas células cancerígenas, outros testes serão feitos para avaliar a agressividade e o comportamento do câncer.
O câncer de mama pode ser prevenido ou evitado?
Há medidas para reduzir o risco de câncer de mama, mesmo para mulheres de alto risco. Estas incluem:
- Não fumar;
- Limitar o consumo de álcool;
- Manter uma dieta saudável e peso adequado;
- Praticar exercícios regularmente;
- Amamentar, se possível;
- Limitar a terapia hormonal;
- Reduzir a exposição desnecessária à radiação.
O autoexame ajuda a detectar alterações, mas mamografias regulares são a melhor forma de encontrar o câncer precocemente. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda iniciar a mamografia anual a partir dos 40 anos e, para mulheres com histórico familiar, pode ser indicada a partir de uma idade mais precoce.
Tratamento
Há várias opções de tratamento para o câncer de mama. A escolha depende de fatores como o estado clínico, estágio do câncer, presença de receptores hormonais e características do tumor. As opções incluem:
- Lumpectomia: remoção do tumor e uma pequena área de tecido ao redor;
- Mastectomia: remoção de todo o tecido mamário afetado; se o câncer estiver disseminado, inclui a remoção de linfonodos das axilas;
- Radioterapia: uso de raios de alta energia para eliminar células cancerígenas;
- Terapia hormonal: impede que células cancerígenas usem hormônios naturais para crescer;
- Quimioterapia: medicamentos potentes administrados para destruir células cancerígenas;
- Terapia direcionada: bloqueia a proteína HER2 em tumores que a expressam, interrompendo o crescimento do câncer.
Vivendo com câncer de mama
Muitos casos de câncer de mama são curáveis com tratamento, mas o prognóstico depende do estágio em que o câncer foi diagnosticado. O câncer de mama pode espalhar-se para outras partes do corpo se não for tratado, causando complicações graves. Viver com o câncer pode ser desgastante, sendo importante manter uma boa nutrição, descansar e se manter ativa dentro das possibilidades. Após a mastectomia, algumas mulheres optam por reconstrução mamária ou próteses. Após o tratamento, há um risco maior de recorrência, portanto, são necessários cuidados de acompanhamento e check-ups regulares.
Observações:
Estas informações fornecem uma visão geral e podem não se aplicar a todos. Consulte seu médico para saber se são aplicáveis ao seu caso e para obter mais detalhes sobre o assunto.
Referências
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7- Dynamed. Female Breast Cancer. Updated 09 Sep 2024.
Autor: Dr. Sílvio Marques Pessoa – CRM: MG 16032
Uberlândia – MG, 31 de outubro de 2024